Blog da Parábola Editorial

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POLÍTICA LINGUÍSTICA

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MINORITÁRIA OU MINORIZADA?

 

 

Um conceito importante nos estudos linguísticos atuais é o de “língua minorizada”. É diferente de “minoria linguística” porque o que está em jogo não é a quantidade de falantes, mas a situação política e social de sua língua.

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Por que [não] amamos o português brasileiro?

Por que [não] amamos o português brasileiro?

 

“O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?"

[ALENCAR, José de. Sonhos d´Ouro. São Paulo: Melhoramentos, s.d. apud PINTO, Edith Pimentel. O português do Brasil. São Paulo: Edusp, 1978, p. 96]

 

A epígrafe acima revela um questionamento tão válido quanto o título deste artigo. Embora título e epígrafe soem contemporâneos, a segunda pergunta é de José de Alencar (1829-1877) e data de 1872. Mesmo assim, apesar de separados por mais de cento e quarenta anos, o título e a epígrafe demonstram uma “preocupação” com o português no Brasil existente antes mesmo do advento da linguística, tal como a concebemos.

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POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E ESCOLA

POLÍTICAS LINGUÍSTICAS E ESCOLA

 

Políticas linguísticas

 

Se uma das possibilidades de definir políticas linguísticas diz respeito a tomadas de decisões sobre a língua, sobre seus usos e usuários, a escola como instituição dificilmente escapa delas. Pelo contrário, as chamadas políticas linguísticas de aquisição afetam diretamente o que se faz na escola e como se faz, pois é nas instituições educacionais escolares que a maior parte delas se efetiva. Tanto em linhas gerais (cf. Spolsky, 2016a), quanto em casos específicos (cf. Sarmento, 2016), as políticas linguísticas educacionais figuram em destaque. Além das discussões escolares que envolvem a legislação educacional vigente e os documentos prescritivos elaborados pelas instâncias governamentais, há casos que repercutem em diferentes esferas e mobilizam um conjunto de atores sociais, nem todos com a mesma força. Exemplos disso são a adoção e a implementação do Acordo Ortográfico, ou a gestão do Programa Nacional do Livro Didático (Sarmento, 2016). Em ambos os casos, tanto os processos quanto os produtos finais tocam diretamente a educação escolar, e não apenas o ensino de língua portuguesa ou de línguas adicionais, mas de resto todos os componentes curriculares e o próprio funcionamento da escola. Em ambos os casos, muito se discutiu nos meios de comunicação e entre especialistas. Os professores, no entanto, nem sempre são escutados. Embora sejam agentes da implementação, nem sempre é ocupado o pouco espaço de discussão que lhes é oferecido, ou que é por eles conquistado. A preocupação de muitos em como ensinar as alterações ortográficas que vieram com o Acordo é por diversas vezes respondida pela publicação de manuais ou encartes editoriais que resumem o conjunto de novas regras, sem dimensionar essas informações nas práticas de linguagem, nem na pauta mais ampla das reponsabilidades formativas dos educadores da linguagem. A escola parece ter ficado com mais uma tarefa difícil, entre as tantas diversas que já enfrenta, sobre a qual quase não desenvolve agentividade.

 

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PORTUGUÊS BRASILEIRO (OUTRA VEZ)

PORTUGUÊS BRASILEIRO (OUTRA VEZ)

 

EM PAZ COM A LÍNGUA

 

Num evento recentemente ocorrido em São Paulo, o linguista Carlos Alberto Faraco disse que a sociedade brasileira precisa “fazer as pazes com a sua língua”. Conforme ele explicou, desde o século XIX, a partir da Independência, se instaurou no Brasil uma mentalidade profundamente conservadora no que diz respeito à língua. O país se tornou independente de Portugal, mas o espírito colonizado e bajulador da Europa por parte das oligarquias dominantes impediu que as características linguísticas propriamente brasileiras fossem aceitas com tranquilidade.

 

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Ensinar na Universidade

Ensinar na Universidade

 

Uma leitura instigante

 

Acabei de ler Ensinar na Universidade – conselhos práticos, dicas, métodos pedagógicos. O livro, do professor Markus Brauer, foi escrito em francês e traduzido para o alemão, o espanhol e o português brasileiro para a Parábola Editorial (São Paulo, 2012), em tradução correta e detalhista de Marcos Marcionilo [http://bit.ly/2vsYhvb]. 

 

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O PORTUGUÊS BRASILEIRO E O PORTUGUÊS EUROPEU

O PORTUGUÊS BRASILEIRO E O PORTUGUÊS EUROPEU

 

Quando nasce uma língua nova?

 

A grande maioria das pessoas acredita que definir o que seja uma “língua” é algo fácil e cômodo, e que os linguistas sabem com precisão onde termina uma língua e onde começa outra. Nada mais distante da verdade! Isso porque a definição de “língua” escapa das mãos dos linguistas — que há séculos confessam ser impossível enunciá-la — e vai pousar no terreno pantanoso daquilo que se chama ideologia. Sim, a definição do que é uma “língua” tem muitíssimo mais a ver com questões políticas, religiosas, identitárias etc. do que com questões propriamente linguísticas, isto é, fonético-fonológicas, morfossintáticas, lexicais etc.

 

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A estrutura da língua portuguesa

A estrutura da língua portuguesa

 

Um sistema semiótico infinito


Analisar cientificamente uma língua não é nada fácil. Os linguistas, que são os estudiosos que se dedicam profissionalmente a esta tarefa, sabem disso muito bem porque se deparam continuamente com as inesgotáveis complexidades estruturais e funcionais da língua.

 

Para se ter uma ideia dessa complexidade, basta lembrar que qualquer língua é uma realidade infinita. Entendamos bem isso. O número de sons da fala de que se serve uma língua é finito (em torno de três dezenas). O número de suas palavras (ainda que imenso) é finito (calcula-se que uma língua como o português brasileiro tem algo em torno de meio milhão de palavras). O número de regras com as quais organizamos os enunciados é também finito (embora não tenhamos ainda ideia clara de sua quantidade).

 

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Português brasileiro e gramáticas

Português brasileiro e gramáticas

 

Uma palavra sobre mudança linguística

 

É indiscutível que as línguas mudam com o tempo. E a gente não precisa ser linguista pra perceber isso. Basta prestar atenção no modo como falam as pessoas de gerações anteriores ou ler um texto escrito em outra época, como uma notícia de jornal de cem anos atrás, um romance de Machado de Assis, a Carta de Pero Vaz de Caminha ou outra qualquer. O contato com registros passados de fala e escrita faz com que saltem aos ouvidos e olhos da gente construções linguísticas não mais usuais, itens lexicais que se perderam com o tempo e convenções de escrita já suplantadas. Além disso, a fala de pessoas mais jovens, com suas gírias e aspectos sintáticos particulares, também estampa esse incontornável movimento de mudança das línguas.

 

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