Blog da Parábola Editorial

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Produção textual na universidade

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O livro Produção textual na universidade, publicado em 2010, pela Parábola Editorial, nasceu no primeiro curso de “Redação Acadêmica” que ministrei, em 1994, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sobre princípios básicos de leitura e escritura no contexto universitário.

Ao longo de 25 anos, o curso original transformou-se em seminários, minicursos e palestras, recebendo alunos e audiências de áreas tão diferentes – jornalismo, geografia, educação, agronomia, além de literatura e linguística, estimulando minha investigação sobre como cada campo de conhecimento concebe a comunicação escrita. As descrições detalhadas de cada aula viraram o livro didático Redação acadêmica: princípios básicos (UFSM), com informações e dados de pesquisa sobre produção textual em diferentes culturas disciplinares. As aulas foram sendo refeitas e reorganizadas com base na experiência amealhada a cada edição do curso, tanto na UFSM como em outras instituições, e também com base na investigação sobre discurso acadêmico, realizada por Graciela Rabuske Hendges, minha coautora, e por mim, há mais de duas décadas, no Grupo de Pesquisa “Linguagem como Prática Social”.

Portanto, Produção textual na universidade resulta da atividade em ensino e investigação sobre o contexto (atividades sociais escritas, papéis e relações sociais entre leitores e escritores) e o texto (conteúdo, estilo e forma) de gêneros acadêmicos centrais para o debate da ciência. Este volume mantém quase o mesmo formato do material original, com a maravilhosa programação visual do João Luiz Roth, que entendeu a proposta pedagógica dos primeiros materiais didáticos. Além disso, a participação de Graciela foi fundamental para qualificar e incrementar os capítulos com dados atualizados de pesquisa sobre o discurso da ciência em diferentes áreas. Nossos exemplos ilustrativos permitem comparações entre exemplares do mesmo gênero acadêmico, em várias disciplinas, para que os leitores se sintam representados e convidados a buscar problemas e temas relevantes, revisar discussões atuais, refletir sobre conceitos em voga em seus próprios campos do conhecimento.

Sempre tomei por referência os desafios do meu próprio percurso de aprendizagem de escrita na vida – tenho 60 anos – e especialmente na ciência – 35 anos como docente na universidade. Também observei os desafios enfrentados por alunos e as diversas estratégias para vencê-los. Quis fazer um livro didático que não fosse uma preleção sobre “como se deve fazer”, mas antes um estímulo para escritores menos experientes questionarem e investigarem, buscarem informação sobre o modo como as pessoas interagem sendo leitores e escritores em sua disciplina específica, para atuarem cada vez mais centralmente, por meio da produção textual, na rede de produção de conhecimento acadêmico.

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Coesão e coerência textual

Coesão e coerência textual

 

Tudo o que você queria saber sobre como construir um bom texto sem se estressar

 

Lutar com palavras, de Irandé Antunes, é mais do que um trabalho sobre a coesão e a coerência textuais. É, sobretudo, um exercício de tradução, em palavras simples e compreensíveis ao leigo, daqueles conceitos teóricos e técnicos que aparecem nos sisudos manuais de linguística textual e que, muitas vezes, passam, sem qualquer mediação explicativa, para os livros didáticos, e a professora ou o professor sequer conseguem saber do que se trata. A capacidade de dizer de maneira simples o complexo é uma das tantas virtudes de Lutar com palavras.

 

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LINGUÍSTICA TEXTUAL

LINGUÍSTICA TEXTUAL

 

Entrevista com Ingedore Vilaça Koch

 

ReVEL — O que mudou e o que ainda pode mudar no ensino de língua portuguesa a partir dos estudos de linguística textual?

 

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Produção de textos

Produção de textos

 

Desenvolver no aluno a consciência de ‘autor’

 

O problema inicial é este mesmo: ser autor na escola. Mas, em consequência, o maior problema é ser autor de bons textos na escola, problema que, por sua vez, já inclui outra questão: saber em que consiste um bom texto; que propriedades ele deve ter; que propriedades são constitutivas e, assim, são mais importantes.

 

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Você trabalha com produção de texto? Leia isso agora!

Você trabalha com produção de texto? Leia isso agora!

Escrever melhor é ler e ler-se

 

Quando comecei a dar aulas sobre escrever, participando de uma grande equipe contratada para ensinar a fazer o que não sabia fazer – redação técnica – para todos os alunos do primeiro semestre da UFRGS, nós lemos uma extensa bibliografia sobre o assunto. A maior parte da bibliografia era americana – e também era a mais colorida e dinâmica de todas –, e os americanos tinham algumas unanimidades, como, por exemplo, uma lista de temas e um esquema prévio, e muito frequentemente sugeriam uma lista de prós e contras. Essa lista de prós e contras fazia certo sucesso entre alguns conhecidos professores de cursinho pré-vestibular, que simplificavam dizendo que a redação devia sempre expor os dois lados da questão: devia ter um parágrafo começando... por um lado..., e o seguinte devia começar... por outro lado... Eram as coisas mais chatas de ler na avaliação das redações do vestibular.

 

essa ideia dos prós e contras na redação é coisa de americano

Eu dei aula de redação alguns anos e falava nesse esquema prévio omitindo, é claro, essa coisa dos prós e contras. Até batia boca com colegas que achavam isso interessante: Isso é coisa de americano, que acha que só tem dois lados – o deles e o dos outros; a gente aqui nasceu sabendo que não pode ter certeza de coisa nenhuma.

 

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Cinco passos para produzir um artigo científico de qualidade

Cinco passos para produzir um artigo científico de qualidade

Como produzir um artigo científico relevante na graduação e na pós-graduação

 

artigo científico é hoje o gênero textual mais conceituado na divulgação do saber acadêmico, além de ter se tornado um meio de assegurar o espaço profissional do pesquisador. Esse espaço vem se ampliando e abraçando também os graduandos¹, que têm sentido a necessidade das práticas da escrita acadêmica para além da obtenção de nota na avaliação de disciplinas (uma publicação pode ser critério para classificação na obtenção de bolsa de pesquisa, por exemplo). No entanto, nosso maior argumento para a relevância da escrita de artigo científico na graduação (e na pós-graduação) é que sua escrita pode contribuir para desenvolver capacidades linguageiras no discente, que poderão ser mobilizadas em outras situações acadêmicas. Tal argumento se baseia na tese do gênero textual/discursivo enquanto instrumento psicológico (no sentido vigotskiano do termo), desenvolvida por Bernard Schneuwly, pesquisador da Universidade de Genebra. Assim, não importa se o discente irá ou não, de fato, precisar escrever um artigo científico em sua vida acadêmica, mas sim as capacidades linguageiras desenvolvidas ao se trabalhar a produção escrita desse gênero e as operações envolvidas na produção de linguagemsintetizarrelacionar ideiasconcluir, fazer escolhas lexicais adequadas ao objetivo que se tem, fazer escolhas temáticas adequadas ao público-alvo e local de publicação, seleção dos conteúdos, dentre inúmeras outras. Além disso, o artigo científico também faz interface com outros gêneros da esfera acadêmica, tais como o resumo, a resenha, o projeto de pesquisa, a dissertação, a tese, além do seminário e da comunicação oral.


Vamos, então, a algumas dicas básicas para quem quer escrever um artigo científico. A enumeração das dicas visa facilitar alguns esclarecimentos sobre o processo como um todo, não reflete uma linearidade do processo de escrita.

1. O artigo final não conterá tudo o que você leu, pesquisou e escreveu. 

processo da escrita do artigo científico pode ser desmembrado em três instâncias que devem ser compreendidas como inerentes a esse processo. Inicialmente, a prescrição (ou a autoprescrição) do que lhe foi solicitado: se a escrita do artigo for a avaliação de uma disciplina, é importante considerar também as instruções de seu professor. Se você pretende escrever para publicar em uma revista, verifique as normas da revista para saber se seu trabalho será aceito, tanto em relação à temática, quanto ao número de páginas ou de seu papel social, ou seja, aluno de graduação, de pós-graduação etc. Em segundo lugar, ter em mente que boa parte do que você pesquisar pode não ser utilizado na versão final, e (boa) parte do que você escrever poderá ser excluído de seu texto final. Exemplifiquemos esse processo com a escrita do objetivo. Sua definição não é feita de forma mediata e no início do processo, ele irá se modificar conforme seu trabalho de pesquisa e de escrita for se materializando. Entenda que esse processo, que não aparece na versão final, é comum a todo escritor (não só aos acadêmicos). Compreender isso fará dessa “etapa invisível” um processo riquíssimo de aprendizagem em sua caminhada para tornar-se escritor de artigo científico, ou seja, das escolhas que você precisou fazer e de outras que você deixou de fazer. Por fim, o trabalho final, já realizado, é a versão final de seu texto, encaminhada ou aceita para publicação.

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LUIZ ANTÔNIO MARCUSCHI

LUIZ ANTÔNIO MARCUSCHI

Sem tristeza, com muita saudade

 

A Parábola Editorial presta homenagem ao nosso autor, Luiz Antônio Marcuschi,  valendo-se das palavras de seus amigos e também nossos autores diante de sua partida....

 

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