Blog da Parábola Editorial

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Marcos Bagno é professor da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador associado do Instituto da Língua Galega, da Universidade de Santiago de Compostela. Escritor, poeta e tradutor, se dedica à pesquisa e à ação no campo da educação linguística, com interesse particular no impacto da sociolinguística sobre o ensino. Colabora em diversos...

Marcos Bagno é professor da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador associado do Instituto da Língua Galega, da Universidade de Santiago de Compostela. Escritor, poeta e tradutor, se dedica à pesquisa e à ação no campo da educação linguística, com interesse particular no impacto da sociolinguística sobre o ensino. Colabora em diversos meios de comunicação; é constantemente convidado a fazer conferências e a ministrar cursos no Brasil, na Argentina, no Uruguai, no Paraguai, na Espanha, na Itália, Colômbia e México. Tem diversos livros publicados, entre os quais se destacam A língua de Eulália – novela sociolinguística; Preconceito linguístico. – o que é, como se faz; Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa; Língua materna – letramento, variação e ensino; A norma oculta – língua & poder na sociedade brasileira;Nada na língua é por acaso – por uma pedagogia da variação linguística; Não é errado falar assim – em defesa do português brasileiro;Gramática pedagógica do português brasileiro; Gramática de bolso do português brasileiro.

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Língua portuguesa: escrever bem é escrever simples

Língua portuguesa: escrever bem é escrever simples

“Possuir” e outros sintomas de hipercorreção


Tragédia da educação linguística no Brasil


A história da educação linguística do Brasil é uma tragédia em muitos, longos e dolorosos atos. O acesso ao letramento nunca foi democrático nem democratizado, tal como nunca foi o acesso a todos os demais bens e direitos, reservados e protegidos com garras e dentes pelo 1% de sempre.

 

Ao lançar em 2017 uma nova edição atualizada de seu livro clássico Linguagem e escola: uma perspectiva social, publicado pela primeira vez em 1986, a grande educadora Magda Soares pergunta, na apresentação:
Magda Soares

 

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Linguística contemporânea

Linguística contemporânea

Relativa cortadora: Que história é essa?

Recentemente, folheando a revista de bordo da Azul, topei com uma página inteira de propaganda da própria empresa que trazia, no alto e em letras bem grandes, a seguinte frase: “Você acumula pontos todos os meses para fazer aquela viagem que sonha todos os dias”. Claro que na mesma hora guardei a revista na mochila para incluir o achado no meu banco de dados. Por quê? Porque é um indício de uma mudança linguística que já se completou. Como assim?


Desde os anos 1970, diversos linguistas brasileiros vêm se dedicando a estudar o fenômeno chamado estratégias de relativização. As orações iniciadas por um pronome relativo (que, cujo, o qual etc.) são rotuladas tradicionalmente de “orações adjetivas”, mas na pesquisa linguística contemporânea recebem o nome de orações relativas. Quando o verbo é transitivo direto, tudo se passa sem nenhuma surpresa: “O carro que comprei é vermelho”. Mas quando o verbo é transitivo indireto, ou seja, quando o complemento desse verbo é introduzido por uma preposição, a coisa muda de figura. Onde a prescrição tradicional exigiria, por exemplo: Ninguém imagina os problemas por que / pelos quais eu tenho passado”, o que de fato ouvimos (e lemos) é: Ninguém imagina os problemas que eu tenho passado. Onde foi parar a preposição? Ela foi apagada ou cortada, justamente por isso essa construção é chamada de relativa cortadora.

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Português ou brasileiro? Português brasileiro!

Português ou brasileiro? Português brasileiro!

A definição da nossa língua: português ou brasileiro

 

Logo depois da Independência, em 1822, alguns intelectuais começaram a divulgar a ideia de que era preciso também proclamar a “independência linguística” do Brasil. Afinal, deveríamos chamar nossa língua de português ou brasileiro?

 

Um dos nomes mais conhecidos dessa fase é o do escritor José de Alencar (1829-1877), autor de Iracema e de O Guarani. O conceito era muito simples: já que o Brasil não pertencia mais a Portugal e era agora uma nação autônoma, independente, a língua também tinha que ser autônoma, independente. E muitas pessoas chegaram mesmo a propor o nome “brasileiro” ou “língua brasileira”.

 

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O que é linguística?

O que é linguística?

Linguística, segundo Marcos Bagno

 

A linguística é a ciência que estuda a linguagem humana em geral e as línguas humanas particulares. Esse movimento que oscila entre o geral e o particular se explica de modo fácil: como a espécie humana é uma só, dotada dos mesmos recursos cognitivos e das mesmas configurações fisiológicas, e obrigada a resolver os mesmos problemas de representação/expressão da experiência/conhecimento, é mais do que seguro apostar que existam traços comuns a todas as línguas humanas – e de fato existem.

 

Por outro lado, como os diferentes grupos humanos vivem em ambientes ecológicos diferentes, em climas diferentes, tendo de se valer de recursos naturais diferentes e, principalmente, constituem culturas diferentes, cada língua humana deve apresentar características próprias, específicas, peculiares – e de fato apresentam.

 

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Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro

Não é errado falar assim! Em defesa do português brasileiro

Entrevista com Marcos Bagno

 

Por que o título Não é errado falar assim?

MB: É uma reação vigorosa a toda uma série de publicações sobre língua e ensino de língua que abarrotam as estantes das livrarias e até as bancas de jornal. São livros e manuais, sempre produzidos por autoproclamados “especialistas”, mas de fato gente sem nenhuma fundamentação teórica, científica consistente.

 

Em suma, pessoas que não têm nenhuma formação para tratar dos assuntos que tratam, que não estão engajadas nas intensas pesquisas que vêm sendo feitas sobre língua e ensino de língua no Brasil nos últimos quarenta anos e que têm produzido frutos importantíssimos.

 

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