(Falta de) tempo para a educação literária escolar

A importância da educação literária no cotidiano escolar

 

Um dos problemas mais difíceis enfrentados pela escola no quesito ‘educação literária’ é a insuficiência de tempo para garantir a leitura e a discussão de textos literários, e para se pensar a produção de textos relacionados às experiências literárias: sejam memórias de leitor, sejam textos críticos, sejam, por fim, trabalhos ficcionais. Se acrescentarmos outro ponto que venho defendendo veementemente – a saber, a necessidade de vivenciar o sistema literário de modo mais amplo –, o tempo nos espreme ainda mais.


Como garantir, com duas aulas (e às vezes uma…) de literatura por semana, condições de frequentar lançamentos, feiras, rodas de conversa, palestras de especialistas, exposições temáticas e acervos permanentes? Como criar e participar de clubes de leitura, como realizar entrevistas com agentes da cadeia produtiva do livro, como acompanhar polêmicas em periódicos especializados, como organizar e participar de saraus? Como entender e tomar parte em “disputas” ou “batalhas” poéticas – do repente ao rap? Como vivenciar o cotidiano de uma biblioteca institucional e de uma biblioteca comunitária, e entender a importância desses diferentes espaços para o acesso aos textos, para a mediação cultural, para a preservação da memória, para a pesquisa especializada? Como explorar as potencialidades oferecidas pelos novos suportes e recursos digitais de maneira crítica, colaborativa e criativa?