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10 Estrangeirismos irresistíveis sem os quais não vivemos mais

10 Estrangeirismos irresistíveis sem os quais não vivemos mais

Estrangeirismos: ameaça ou acréscimo da língua portuguesa?

 

Estava me preparando para dormir. Peguei meu tablet para dar uma espiada e encontrei todos os meus amigos online. Começamos a conversar e resolvemos nos encontrar no shopping para comer uma pizza. Corri para o meu armário, vesti um jeans, passei um batom e fui… Chegando no restaurante, encontrei a galera, fizemos check-in e tiramos uma selfie para registrar o momento. Comemos, conversamos, chamamos o garçom, pagamos a conta e fomos dançar. No fim, eu, que ia dormir, acabei tendo uma noite incrível.

 

1. Batom – [do francês - bâton]

2. Check-in – [do inglês - check-in]

3. Garçom – [do francês - garçon]

4. Jeans – [do inglês - jeans]

5. Online – [do inglês - online]

6. Pizza – [do italiano - pizza]

7. Restaurante – [do francês - restaurant]

8. Selfie – [do inglês - selfie]*

9. Shopping – [do inglês - shopping]

10. Tablet – [do inglês - tablet]*

 

Nesta pequena cena cotidiana, inserimos 10 estrangeirismos sem os quais não vivemos mais. Você consegue achar um sinônimo para estas palavras? Soaria estranho dizê-las de outra maneira?

 

Com certeza você deve ter tido dificuldade para pensar em sinônimos em português. Pois é! No entanto, os estrangeirismos no Brasil sofrem uma espécie de “caça às bruxas”. Muitos estudiosos acreditam que a soberania da língua portuguesa pode estar ameaçada por eles e, pior, acreditam que os estrangeirismos podem empobrecer e dificultar a comunicação, função primordial da linguagem.

 

Gramáticos mais radicais consideram os estrangeirismos um barbarismo, expressão oriunda dos latinos que consideravam todo estrangeiro como “bárbaro”. Em 1999, inclusive, houve um episódio em que o deputado Aldo Rebelo propôs um Projeto de Lei Antiestrangeirismos, que, claro, não seguiu adiante.

 

Podemos então considerar os estrangeirismos como uma ameaça à língua portuguesa?

 

Pensar assim é um equívoco completo. Os autores do livro: Estrangeirismos – guerras em torno da língua (Parábola Editorial, 2001) são unânimes em dizer: “A língua simplesmente muda… nem para o bem nem para o mal. Muda para atender às necessidades dos falantes”. Ou seja: os estrangeirismos não oferecem nenhum risco à língua portuguesa, ao contrário.

 

Segundo John Robert Schmitz, a presença dos vocábulos estrangeiros contribui para enriquecer qualquer idioma. Para José Luiz Fiorin, saber português não é aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola. As variantes não são feias ou bonitas, erradas ou certas. São simplesmente diferentes. A variação é inerente às línguas.

 

Para entender os estrangeirismos

 

Estrangeirismos são palavras e expressões de outros idiomas introduzidas na língua portuguesa e utilizadas em nosso cotidiano, também conhecidos como empréstimos linguísticos. No Brasil, atualmente o maior número de estrangeirismos é de origem inglesa, por conta do desenvolvimento e expansão tecnológicos, das redes sociais e pela forte influência norte-americana na cultura do brasileiro.

 

Mas não foi sempre assim. No início do século XX, por exemplo, quem fazia empréstimos linguísticos à nossa língua eram os franceses, porque naquela época eram eles que ditavam as regras no que diz respeito à cultura e ao comportamento. No entanto, não nos damos conta disto, pois alguns termos, devido ao uso frequente, já estão incorporados ao nosso cotidiano e foram até aportuguesados, como é o caso dos exemplos abaixo:

 

  • Chofer – [do francês - chauffeur]

 

  • Boate – [do francês - boîte]

 

  • Buquê – [do francês - bouquet]

 

  • Cupom – [do francês - coupon]

 

  • Guichê – [do francês - guichet]

 

  • Manicure – [do francês - manucure]

 

  • Purê – [do francês - purée]

 

Os estrangeirismos também sofrem mutação, assim como a língua. Alguns são utilizados exatamente como na sua forma original e outros sofrem modificações por uma questão de acomodação da linguagem, sendo adaptados a uma pronúncia semelhante a das palavras da língua nativa.

 

A verdade é que os empréstimos linguísticos (estrangeirismos), em sua maioria de origem africana, árabe, espanhola, francesa, inglesa e italiana, fazem parte do nosso vocabulário. Alguns deles estão tão incorporados ao nosso cotidiano que já foram até dicionarizados e, ao contrário do que muitos querem acreditar, contribuem para o enriquecimento do vocabulário da língua portuguesa.

 

No entanto, #ficaadica quando o assunto for usar estrangeirismos.

 

  • Se houver uma forma aportuguesada, dê preferência a ela.

 

  • Evite o uso abusivo de estrangeirismos. Isto pode soar pedante, ou até ignorância do seu próprio idioma, e seu interlocutor pode acabar por não entender o que você quer dizer.

 

Referências:

Brasil Escola – Estrangeirismos
Só Português – Estrangeirismos na Língua portuguesa

 

* Estas palavras ainda não foram dicionarizadas. Todas as outras já integram o acervo vocabular de língua portuguesa.

 

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